BIOGRAFIA FINANCEIRA: Minhas Origens Financeiros (Parte 1)

A história humana é uma série de histórias individuais que começam desde o tempo da Criação. Cada ser humano tem uma história. Cada indivíduo tem uma herança. Cada pessoa tem algo para contar. Quando a história de uma pessoa é contada, chamamos isso de biografia. Muitos livros foram escritos sobre pessoas seculares e religiosas cujas vidas impactaram o nosso mundo. A história de Jesus Cristo de Nazaré, tal como registrada nos quatro Evangelhos, é a história mais reconhecida.

Existem pessoas cujas biografia financeiras foram publicadas. As biografias financeiras que mais impactaram a minha vida quando jovem foram "Baruch: My Own Story", uma autobiografia de Bernard Baruch, e "Buffett: Making of an American Capitalist", a biografia de Warren Buffett. Ambos foram muito bem-sucedidos ao investir no mercado de ações dos Estados Unidos. Ambos acumularam grande riqueza durante suas vidas. Ambos escolheram usar sua riqueza para beneficiar a sociedade. Baruch foi servidor público por muitos anos. Buffett está doando a maioria (até 99%) da sua riqueza (mais de US$ 50 bilhões) para instituições de caridade.

Os dois pontos em comum nos homens mencionados acima são que eles foram bem-sucedidos financeiramente e estavam disponíveis para servir suas comunidades. Isso pode acontecer com todos. Se aprendermos a administrar nossas finanças pessoais adequadamente, poderemos estar disponíveis para servir a Deus de qualquer maneira que Ele direcionar.

Eu sei que o meu legado vem da Escandinávia (52%). Muitas dessas pessoas eram comerciantes e bastante habilidosas no comércio. Era nos negócios que os meus antepassados se destacaram. O restante do meu legado vem do Reino Unido. Os britânicos também eram bons em finanças e comércio.

Este artigo demonstrará como Deus tem liderado minhas finanças pessoais e como parte da herança familiar moldou minha relação com o dinheiro da maneira que Deus orienta nas Escrituras.

Bisavô

O obituário do meu bisavô indica que ele era um "homem bom e honesto e tinha a reputação de pagar suas contas sempre em dia, mesmo durante a Grande Depressão dos anos 1930 nos Estados Unidos". Contava-se uma história sobre "como ele recebeu uma carta de um posto de gasolina elogiando-o por sempre pagar sua conta pontualmente, em contraste com a maioria dos outros clientes, que precisavam ser lembrados de que sua conta estava atrasada".

Meu bisavô frequentava a igreja todos os sábados, não importando o clima. Ele era generoso e fornecia recursos para a construção de igrejas e escolas adventistas. Doar deve ter sido um dos seus dons espirituais.

Avós

Meus avós conseguiram colocar cinco filhos em escolas adventistas. Um deles foi minha mãe. Três desses filhos se formaram na faculdade. Um deles também conquistou um diploma em fisioterapia. Quando a Igreja da Universidade de La Sierra estava sendo construída, meu avô ajudou a instalar a fiação elétrica. Minha avó era voluntária na Escola Sabatina das crianças.

Pais

Meus pais vieram de famílias onde todos tinham que trabalhar muito e ser cuidadosos com o dinheiro. A década de 1930, quando meus pais ainda eram jovens, foi uma época financeiramente desafiadora nos Estados Unidos. Minha mãe pagava suas mensalidades escolares, moradia e alimentação, além das mensalidades de um dos seus irmãos. Quando os meus pais se casaram, meu pai ainda fazia faculdade na Universidade de La Sierra; minha mãe havia acabado de se formar. Meu pai estudava em período integral, trabalhando e criando a família. O dinheiro era suficiente apenas para pagar as despesas, mas ambos decidiram colocar a Deus em primeiro lugar com seus dízimo e ofertas. Quando se formaram na faculdade, eles não tinham dívidas, mas também não tinham dinheiro.

Chegam os bebês

Eu vim ao mundo cerca de dez meses após os meus pais se casarem. Meu pai ainda estava na faculdade, e minha mãe estava trabalhando em tempo integral. Meu pai trabalhava o máximo possível enquanto fazia faculdade. Seu salário cobria sua mensalidade escolar. Todas as despesas deles e do novo bebê tinham que ser cobertas pelo salário da minha mãe. O dinheiro era escasso, mas meu pai e minha mãe estavam determinados a colocar Deus em primeiro lugar e ser fiéis na devolução dos dízimos e das ofertas antes de gastarem com víveres.

Meu irmão nasceu no ano em que meu pai se formou em Administração de Empresas. Com a família crescendo, as finanças da família foram abençoadas por meu pai poder começar a trabalhar em tempo integral.

Minha educação em finanças pessoais começou quando comecei a observar os meus pais lidarem com o dinheiro. Meu pai acreditava que a integridade era um traço de caráter relevante e que era muito importante pagar todas as obrigações financeiras em dia. Lembro-me de fazer compras de supermercado com minha mãe uma vez por semana. Naquela época, ela usava o sistema de envelopes para o orçamento. Quando o envelope ficava vazio, já não fazíamos compras. Ela fazia uma lista para garantir que compraria tudo o que era necessário. Foi nessa época que os meus pais compraram sua primeira casa. Alguns anos depois, eles compraram um terreno para construir uma casa, mas o venderam para poder adquirir uma firma. Para isso, contraíram algumas dívidas, mas em cinco anos, a dívida foi paga.

Uma das frases favoritas do meu pai era "Renuncie aos prazeres presentes para obter benefícios futuros". Eu vi isso quando eles venderam o terreno para comprar a firma. Adiando a construção da casa, eles garantiram uma fonte de renda confiável. Em dois anos, puderam comprar um terreno melhor onde construíram uma casa mais bonita.

Antes de começarmos a frequentar a escola, meus pais começaram a dar uma mesada para meu irmão e eu. Lembro-me de que era de U$2,00 por mês (cerca de 10 reais). Foi aí que tive a minha primeira experiência de devolver o dízimo, aprendendo como calcular 10%, e entregando o dinheiro na igreja no sábado. Também aprendi a economizar. Meus pais me ajudaram a abrir uma conta de poupança no banco local. Lembro-me de levar meu caderninho de poupança (antes da era bancária online) ao banco e ali depositar meu dinheiro. O caixa do banco adicionava o depósito ao meu saldo atual e escrevia o novo saldo da conta no caderninho.

O negócio dos meus pais foi bem-sucedido financeiramente, e logo eles compraram uma bela lancha de puxar esqui, pois ambos os filhos gostavam de esquiar na água. Meus pais devolviam um dízimo e oferta estimados na renda mensal da firma. Alguns anos se passaram e, ao fim desse período, o valor do dízimo sobre a receita da firma era muito maior do que os meus pais esperavam. Eles decidiram ser fiéis a Deus, mas tiveram que vender a lancha a fim de arrecadar os fundos necessários para devolver o dízimo devido. Deus era mais importante para eles do que possuir uma lancha de esqui.

Dificuldades financeiras

Meus pais eram muito cuidadosos com a forma como usavam seus recursos financeiros, mesmo quando não faltava dinheiro. Durante os meus anos de escola primária, meus pais admitiram um sócio na firma. Não muito tempo depois, no entanto, eles determinaram que aquele arranjo não estava funcionando. Eles haviam investido o dinheiro no negócio, e agora, sem fundos disponíveis, tiveram que fazer um empréstimo para pagar o sócio e encerrar a relação comercial com aquele sócio.

Durante esse período financeiramente desafiador, enquanto o empréstimo estava sendo pago, nossa família teve que reduzir o padrão de vida ao qual estávamos acostumados. Foi a primeira vez que vi meus pais tendo que reduzir o orçamento familiar para um nível muito abaixo do que eu jamais tinha visto em minha vida até então. Apesar de tudo, Deus estava sempre em primeiro lugar quando recebiam a renda da firma. (Continua)

Dennis Carlson

Dennis R. Carlson é diretor de Planned Giving & Trust Services na Conferência Geral.